Mais vale a lágrima da derrota, do que a vergonha de não ter lutado. (Bob Marley)

sábado, 24 de março de 2018

Prejuízo e saída de ETERNIT



   Alguns dos ensinamentos básicos do investidor de sucesso é não ter emoção nos investimentos, essa semana resolvi aceitar o prejuízo em Eternit, vendi minhas 1500 ações da marca da coruja, prejuízo de cerca de R$ 4000,00. Confesso que fiquei bastante triste, tinha o pensamento que Eternit seria minha companheira por muitos anos, comprei minhas primeiras ações dela em 2013.
   Após dois anos de prejuízos no balanço a empresa resolveu entrar em recuperação judicial ainda que tenha que ser ratificada em assembléia, segundo a empresa pelos seguintes motivos  (i) a persistente deterioração dos fundamentos da economia, afetando drasticamente os setores de construção civil e louças sanitárias – justamente os mercados atendidos pelo Grupo Eternit, (ii) as discussões legais acerca da extração, industrialização, utilização, comercialização, transporte e exportação do amianto, que vêm impactando as operações do Grupo Eternit e limitando o acesso da Companhia à concessão de novas linhas de crédito; e (iii) a queda na demanda e nos preços do amianto, nos mercados nacional e internacional, reduzindo a rentabilidade, levaram a Companhia a buscar o socorro do Poder Judiciário via Recuperação Judicial.
   Dessas tragédias sempre temos algo a aprender: Ter muito cuidado com empresas com margem não tão alta, Dividendos não é critério para escolha de empresa, Cuidado com empresa muito dependente de um único produto, Diversificação as vezes não resolve, Uma mudança na gestão de uma empresa pode piorar ela ( Presidente Élio Martins da Eternit  morreu em 2013), Nem sempre os gurus estão certos ( Luís Barsi, um dos meus ídolos é um dos maiores acionistas da Eternit.
   Segue o jogo companheiros, irei continuar a investir em busca de renda passiva com foco em ações e fundos imobiliários. Abraços...

27 comentários:

  1. Respostas
    1. Nesse caso barsi estava certo no que tange diversificação, muito foi dito que este processo iria dar errado e queimar o caixa da empresa.

      Conferir aqui
      https://exame.abril.com.br/revista-exame/racha-no-clube-do-bilhao/
      O erro da empresa foi insistir no amianto, mas isso tem explicação.

      A sama mina situada em Goiás de propriedade do grupo reduzia bastante custos com matéria prima e logística, consequentemente a empresa nos tempos áureos tinha uma margem maior e por isso relutava em alterar seu processo para telhas de fibrocimento sem amianto, preferiu gastar milhões com processo trabalhistas.

      O grupo rival saint gobain ex sócio da eternit vendeu a empresa em meados de 2003 exatamente por esta questão do amianto, e acabou se tornando o grupo rival com a marca Brasilit.

      Conferir aqui:
      https://exame.abril.com.br/revista-exame/o-socio-virou-inimigo/


      Acredito que você demorou muito tempo para vender. Fundamentos se deterioram há muito tempo.

      O sócio não pode apenas olhar tabela operacional , tabelas não ensinam ninguém entender o case da empresa.

      Existe outra parte do estudo de empresa que vai além de olhar dados dos balanços.

      Sinto que muito investidores ficam sócio das empresas apenas por olhar lucro crescendo subindo ou descendo sem entender o processo que existe por de trás do negocio.

      - Risco regulatório.
      - Margem em afins

      O Barsi comprou ação em 2003 quando custava 1,13, ou seja ele já tirou boa parte do investimento só em dividendos

      O Guilherme Afonso outro acionista de peso pulou fora em 2011.

      https://www.istoedinheiro.com.br/noticias/investidores/20090603/minoritario-pesada/12362


      Dentro da roda de acionista mais renomados da empresa nunca esconderam de ninguém que o risco do negocio sempre foi amianto.


      E muita gente entrou no negocio por causa dos dividendos sem analisar o que existia por de trás da empresa.

      Abraço

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    2. Outra questão veio barsi tem muito dinheiro na empresa; e não desmontou posição , mas só compra mixaria desde 2013.

      Por isso é complicado medir a régua do pequeno investidor com grande tubarões, e com toda esta queda ainda saiu no lucro , barsi tem custo 0 porque comprou ação em 2003 quando custava 1 real.

      A burrice do barsi foi não ter alterado logo esta questão do amianto nas telhas, mas isso foi explicado acima .

      Outro ponto que muita gente não sabia é que victor adler e Parisotto são desafetos declarados do barsi. Os dois tubarões barraram todas iniciativas por parte do mesmo.

      O barsi é apenas um acionista como qualquer outro no mercado, não vejo porque ele tenha culpa neste processo se não conseguiu implantar metade das medidas para salvar empresa do RJ em 2011 , 2012 e afins.



      O erro aqui foi um só
      Risco regulatório: Amianto

      Fora isso barsi lucrou e muito aqui, raposa velha .

      Tem alguns acionistas antigos que venderam ano passado quando ações tinham caído para 1,40 e ainda lucraram + 200% .

      Na internet conheci um que disse que no ápice já chegou ter lucro de + 1000% se somar dividendos recebidos ao longo do ano.



      Conferir histórica dividendos aqui:

      https://ri.eternit.com.br/show.aspx?idMateria=kwACmDCbgkE+hdNwiCbQOg==



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    3. Obrigado pelos ensinamentos Mestre. ótimas observações e pertinentes sobre a queda da Eternit.

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  2. Ja sai ha uns 6 meses atras... Isso ai beto nao adianta ter emocoes.. Eu tambem achava que iria carregalas por mais tempo.

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  3. Veja o que Clovis de Barros fala sobre gurus

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  4. Voce comprou em 2013.
    Nesse ano, qnd a dívida da empresa comecava a aumentar o Bastter (guru de alguns) dizia:
    Empresa redonda
    Nao trate divida de PJ como dívida de PF
    Mta gente entrou nesse epoca e ficou esperando "empatar" pra sair....
    Agora, com o pedido de RJ, o pessoal ta saindo...
    Fica a licao de que "empresa ruim é empresa ruim"... nao tem isso de "era uma empresa boa que ficou ruim"(isso é só uma desculpa pra falar q vc errou na sua análise)... é bullshitagem

    Parabens por desmontar a posicao
    Abraco

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    1. Sub setor de construção cíclico e dependente de amianto.

      Quem esta dentro da empresa sabia deste risco nunca foi de desconhecimento de ninguém.


      Lembro desta analises em 2013 quando nem participava da blogosfera , mas espreitava mercado de capitais.

      Muito foi dito na época sobre aumento de dívida ser bom.

      A verdade é que divida contraída consome juros, e ainda existe o risco do ebit do investimento ser negativo.

      A maior lenda que vi na internet é sobre vantagens de dívida PJ, ainda mais em setores com EBIT expostos aos ciclos economicos.


      A construção civil não pode trabalhar com alavancagem de + 50 do patrimônio líquido no Brasil.

      Alavancagem elevada em setor cíclico com economia bagunça que temos é ferro.



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    2. É uma pena o que aconteceu com a Eternit. Lembro-me que fui sócio dela durante anos mas me desfiz de suas ações em agosto de 2014, conforme relatei nesta postagem:
      http://alemdapoupanca.blogspot.com.br/2014/10/mudancas-na-carteira-trocando-eter3.html

      A postagem do Beto e os comentários sintetizaram bem a situação da Eternit. Tem que agir sem sentimentalismo.

      Abraços

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    3. Li sua postagem Além da Poupança, sensacional seus pensamentos sobe a empresa naquele tempo, questão do desdobramento, amianto e etc. melhor de tudo foi a troca Eternit por Porto Seguro. Deu tudo certo.

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  5. - ola Beto, vou dar meu pitaco:a empresa vinha com pessimos numeros nos balanços ha varios trimestres (sai no ano passado quando dei um limpa na carteira e engoli o prejuizo), nunca leve em consideraçao o que dizem dos grandes investidores, mesmo que a informaçao seja verdadeira ela ja esta ha muito desatualizada, por ultimo e mais importante:NÃO vivemos num pais serio - todo e qualquer setor da economia pode ser fulminado com uma unica canetada (seja governo/judiciario/agencia regulatoria), a empresa so tem chance de sobreviver se for muito grande e tiver reservas imensas e grande influencia:eter acabou numa decisao judicial, hidreletricas foram pro buracopor canetada presidencial, ensino estao no buraco por deixarem fies morrer de inaniçao, cerveja sempre esta sendo sobretaxada,bancos estao sempre sendo sobretaxados ou inventam novos impostos,mineradoras podem perder licenças de exploraçao por canetada do governo/agencia reguladora - acontece direto com a vale, setores inteiros de produçao de peças caem por diminuiçao de impostos de importaçao ou subida de exportaçao.
    NUNCA tire da mente.NÃO vivemos num pais serio.
    Boris

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    1. Bori v anenko.

      Você também foi sócio da empresa em meados de 2013 pelo que me lembro da sua carteira.

      A questão do risco regulatório é este mesmo setores inteiros podem dizimados do dia para noite.

      Caso mais recente wiz e educacional, mas este setores que dependem de muleta estatal são mais propensos a isso exatamente por depender de subsidio.


      O que aprendi há anos estudando economia e balanços é que no Brasil você não pode fazer planejamento para próximos 30 anos incorrendo em divadas astronômicas.

      E por isso boa parte das empresas quebra! Incorre em dívidas astronômicas para investir em projetos de baixa rentabilidade com dinheiro do acionista.

      Casos recentes

      wiz,
      Educacionais
      Setor elétrico distribuição

      Setor bancário é mais dinâmico e cerveja também conseguem repassar parte do custo no aumento impostos ao consumidor, isso é por se trata de bens essência na sociedade.

      Agora setores cíclicos são mais frágeis ao ciclos economicos, este não conseguem repassar custo, consequentemente tem suas receitas indexas variações de algum produto.

      A bola da vez é brfoods que sempre teve a questão do milho, mas alguns babacões do mercado financeiro Abílio e tarpon quiseram transformar a empresa em uma nova ambev.

      A cultura de receita é muito enraizada no Brasil porque gera dinheiro para CO e controladores.

      Vide quanto aumentou gastos com ADM na eternit nos últimos cinco anos.




      Abraço

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    2. Senhores, fui acionista da Eternit até o dia posterior ao pedido de recuperação judicial.

      Foi a primeira empresa que comprei para Buy and Hold. À época tinha pouco conhecimento de mercado, comprei inicialmente a empresa no valor de R$ 3,45 e posteriormente reduzi meu preço médio para R$ 2,35. Tive uma perda enorme, na faixa de R$ 6.000,00.

      Meu erro foi não perceber os perigos da ETER3, pois acreditava que o trio Barsi, Parisotto e Victor Adler continuava na empresa por existir valor, mas foi uma interpretação errada.

      O Barsi falou em entrevistar que a Eternit estava com a faca no pescoço e caso o amianto fosse proibido as ações cairiam enormemente. Ouvi, mas não interpretei corretamente.

      Hoje tenho um certo receio de empresas sem proteção e em setores que não sejam perenes.

      Recentemente estive comprando CCRO3, mas após o pedido de Recuperação Judicial da ETER3 fiz uma análise radical na carteira e estou retirando ações sem proteção e com risco regulatórios elevados.

      Minha dúvida é em relação as empresas boas, mas com governança questionável, a exemplo de UNIP3/UNIP5/UNIP6, e empresas excelente, mas de setores com pouca proteção, a exemplo da CGRA3/CGRA4 (aqui vejo uma empresa que traz valor ao acionista, apesar de está inserida no varejo e está atuando também no setor agrícola).

      A KLBN3/KLBN4/KLBN11 é outra empresa que tem gerado muitas dúvidas em minha carteira, especialmente em razão da alavancagem. Mas é uma empresa com mais de 120 anos e em um setor de commodities lucrativo.

      A CMIG3/CMIG4 foi uma empresa que sai recentemente, no lucro, mas é uma empresa que tende a ser lucrativa fora da gestão do PT. Mas como o estado é usurpador das empresas públicas, vou analisar se volta a ser acionista na empresa a quando cair na faixa de R$ 6,00.

      A VLID3 é outra empresa que estou saindo, em razão de perda nas margens e queda nos lucros.

      Atualmente estou mais sensato em minhas análises e evitando empresas sem proteção, mesmo que excelentes, exceto EZTC3 e MDIA3 pela qualidade das companhias e o histórico de lucros.

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    3. Grazziotin vale o risco.
      Quem gerência a empresa é uma família antiga que esta muito tempo no negocio, ou seja ganha pão deles é a empresa.

      Muito difícil fazerem merda como vemos nestas empresas de gestão financeira.

      O risco fica por conta da concorrência, mas o modelo de negocio da grazziotin é mais vestuário de pequena cidade do sul do Brasil.

      E neste ramo ninguém compete com ela diretamente por questões de logística e conhecimento do mercado local.

      A empresa não compete diretamente com varejo de grandes cidades, logo se torna opção viável para pequenas cidades do sul do Brasil.

      O foco da grazziotin esta na população C e D , ou seja que não tem dinheiro para comprar em lojas mais populares.

      Cemig: Estatal não quero nem de graça!
      Não acredito que os preços estejam tão bons assim para correr este risco.

      Unipar o negocio mais valioso do mundo sendo negociado pela família mais enrolada do mundo.

      Porém barsi comprou quase metade da empresa, além disso minoritário e fundos podem barrar muita coisa por lá dada tamanho da carteira deles.

      O frank tem que sentar o rabo ganhar dinheiro adm empresa lucrativa e parar de inventar merda.

      Comprando barato você dilui o risco da governança, o negocio é uma mina de ouro, ganha dinheiro em qualquer cenário possível.





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    4. Mestre o que pensa sobre Cielo e Banco do Brasil?

      Seus comentários sobre finanças são sempre acima da média.

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    5. A conclusão, observando os comentários e pensando aqui. No Brasil o " Buy and Hold" teria que ser mais ativos com escolhas mais restritivas e vendas mais rápidas. será ?

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  6. Olá Beto,

    Investir em Renda Variável é assim mesmo, temos que acompanhar o desempenho de cada empresa da carteira.
    Vou te dar um exemplo: comprei BRFS3 em 2016 pelo excelente resultado influenciado pela alta do dolar. Quando veio o primeiro prejuízo em 2017, vendi com o prejuízo de R$ 11,00 por ação.
    Não tive nenhum remorso em vender com prejuízo. Se eu fosse esperar BRFS3 recuperar, estaria pagando um altíssimo custo oportunidade.
    Lembre-se de definir premissas para comprar e vender uma ação. Tem uma frase que eu sempre lembro: “É melhor pagar imposto de renda sobre o lucro do que ter uma isenção sobre um prejuízo”.

    Grande Abraço

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    1. Fiz uma análise básica sobre Banco do Brasil e Cielo, investi e até o momento estou no vermelho e isento do imposta de renda nesses casos.
      Tenho esperança que as duas empresas valorizem, principalmente o Banco do Brasil que vem com balanços cada vez melhores.
      Mas tô meio puto com essa instabilidade.

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    2. Ta entrando um pouco tarde na festa... só isso...
      Esqueça coração... uma hora fica no vermelho mesmo amigo..
      É renda variável...
      Não faça sardinhada: comprar no azul e vender no vermelho
      Abraco e sucesso sempre

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    3. Aportador ! ainda demoro muito para sair. sempre naquela que a empresa pode dar uma reviravolta. Um exemplo, a metal leve deu prejuízo em 2016 devido a não recorrentes, já em 2017 um bom lucro, se fosse precipitado poderia ter vendido ela.

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  7. Fizemos escolhas de compras com PINE4 e ETER3, depois vendemos em épocas parecidas. Entendi que ações dão muito trabalho, escolhi 8 empresas top e esqueci na carteira. Na minha estratégia atual reservo cerca de 15% para ações, 20% para uma previdência privada, 20% NTNB 2050, 20% em FII, 20% Renda Fixa e, para esse ano, vou destinar 5% para desbravar o mercado internacional.

    Botecobom

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    1. Legal Boteco! só não gosto muito de previdência privada, espero que não tenha uma taxa de administração alta essa sua. abraço.

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  8. É isso aií Beto, perde-se uma batalha, mas não perde-se a guerra!!

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    1. Verdade Independência. Para a vitória final, algumas pequenas derrotas vão estar no caminho. abraço

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  9. verdade flamenguista. saímos tarde, mas tudo bem, ao menos não esperamos virar pó de vez.

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  10. Fala Beto , top o seu blog , ja te adcionei ao meu Blogroll , me adciona também ? Obrigado !

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